A ARTE ESPÍRITA É DIVINA POR EXCELÊNCIA
....."Assim como a arte cristã sucedeu a arte pagã, transformando-a, a arte espírita será o complemento e a transformação da arte cristã". (4) Posto que a arte espírita é, por definição e por princípio, a arte universal, a rigor, onde reflita a beleza da harmonia Divina, podemos identificar a arte espírita na essência. Sobretudo, quando ela atinge o objetivo de levar à humanidade o consolo, o desejo de auto-reforma, o bem, a caridade, o amor. Pintores, escultores, compositores, poetas, rogarão as suas inspirações ao Espiritismo, e ele as fornecerá, porque é rico, é inesgotável. Muito mais importante do que o auxilio que a arte pode oferecer ao Espiritismo, é a transformação que a Doutrina Espírita causará, e já está causando, na arte. (5)
As primeiras expressões artísticas identificadas com a doutrina espírita surgem em 1858, pouco após o lançamento de O Livro dos Espíritos. Observa-se, nesse primeiro período, uma forte identificação entre arte e mediunidade. A edição de maio, de 1859, da Revista Espírita, traz uma matéria sobre o fragmento de uma sonata atribuída ao espírito de Mozart, pelo médium Bryon-Dorgeval. (6) Em 1860, Kardec utiliza, pela primeira vez, a expressão Arte Espírita, propondo-a como o terceiro elemento de uma tríade formada, também, pela arte pagã e pela arte cristã.
O Espiritismo não poderia negar ou dispensar a atividade artística; ao contrário, os conceitos e concepções que traz, ajudam-nos a ampliar nossa visão acerca da arte, vista como elemento importante no movimento de elevação das almas, rumo ao porvir feliz e venturoso de equilíbrio espiritual.
É perfeitamente possível e verdadeiro o propósito de sensibilizar corações com a mensagem espírita, através da arte. Para isso, entretanto, é preciso se assumir o compromisso de FIDELIDADE com o Espiritismo. O espírita precisa burilar, incansavelmente, as obras artísticas de qualquer gênero e colaborar na Cristianização da Arte, sempre que se lhe apresentar ocasião, lembrando que a Arte deve ser o Belo, criando o Bem. "O artista espírita deve preferir as composições artísticas de feitura espírita integral, preservando-se a PUREZA DOUTRINÁRIA. A arte enobrecida estende o poder do amor." (7) (destaque meu)
A arte é excelente ferramenta para trabalhar a intuição e a sensibilidade, além de promover a inter-relação alegre e harmoniosa entre as pessoas. É, sem dúvida, expressão de harmonia, de aprimoramento e de beleza. Quem a transmite consegue estabelecer contato com a natureza e com o seu Criador. Nós vamos entender que Deus, ao criar a vida, não se afastou da beleza, da harmonia e da perfeição.
Que o Espiritismo seja a base das apresentações artísticas para quem trabalha com arte voltada para a divulgação e engrandecimento, posto que, é através da arte que o ser interage com o ambiente em que vive; e, principalmente, como forma de expressão, de materialização de idéias, sentimentos e percepções, em consonância com o patamar evolutivo em que se encontra.
Diante do exposto, convidamos os artistas espíritas a estudarem, mais profundamente, a maravilha de doutrina que temos ao nosso alcance, para dar a qualidade devida à Arte Espírita. Aos literatos e poetas, que refinem a poesia; aos pintores, que burilem a pintura; aos músicos, aos atores e aos dançarinos, que aperfeiçoem seus talentos, incansavelmente. Dessa forma, a Arte, aliada ao Espiritismo, assentará seus pilares e consolidará seu lugar, para fortalecer, ainda mais, o movimento espírita brasileiro, espalhando mais talentos por todos os cantos do mundo, sem jactâncias, sem pieguismos, sectarismos, fanatismos e tantos "esquisitismos" estranhos que teimam invadir nossas hostes através dos misticismos inócuos.
Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Jeneiro: Ed FEB , 2001, pag. 100, perg. 161
(2) Denis, Léon. O Problema do Ser, do Destino e Da Dor, Rio de Janeiro: Ed FEB , 1999
(3) Xavier , Francisco Cândido. Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB 2001, Cap. 45
(4) Kardec, Allan. Obras Póstumas, Rio de Janeiro, Ed FEB, 1992
(5) Artigo de Flávio Fonseca editado na Revista Cristã de Espiritismo nº 1
(6) Kardec, Allan. Revista Espírita, edição de maio de 1859, Brasília: Edicel, 2001,
(7) Vieira ,Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1992
É UM TEXTO UM POUCO LONGO, MAS VALE A PENA LER.
Um comentário:
Com certeza, vale a pena ler mesmo. E com certeza a percepção e a sensibilidade de um espírita, se reflete tb nas artes. Para mim a arte faz parte de pessoas que que cresceram espiritualmente, é um dom tão sutil e único quanto o entendimento da espiritualidade. É sublime.
Postar um comentário