27 outubro 2008

REFLETINDO* PERDOAR...PERDOAR...*


A PALAVRA DE ORDEM É PERDOAR - 1
Quase sempre quando nos sentimos injuriados, nossa tendência é aumentar o fato que nos desagradou. Se fomos ofendidos por esse ou aquele motivo, quase sempre encapsulamos o desejo de desforra e mantemos o "link" mental com as forças poderosas das trevas, que somadas a outras tantas potencializam as sombras de nossos desagravos.

Diante disto , predominam os núcleos formados pelo egoísmo e pelas paixões primitivas, porque nossos corações são duros e cremos que estamos sempre com razão. E quanto mais arraigados nesta certeza, mais esforço será necessário para que despertemos para a real necessidade do perdão. Mister tentemos entender o que ocasionou a ofensa. Por vezes, fomos nós mesmos os promotores dela, por algo que tenhamos dito ou feito.

Há casos e casos. A indignação é sentimento que, às vezes, se torna necessário diante da atitude descabida de alguém. Tal atitude não deve assumir, porém, o caráter da agressão nem do revide, devendo , sem dúvida, ser manifestada para que o outro perceba as conseqüências de seus atos. Contudo, em várias ocasiões , por gostar muito de alguém , relevamos suas atitudes inadequadas para conosco e com outros, confundindo os sentimentos e perdoando quando caberia a repreensão e advertência obrigatória.

Até porque perdão não significa conivência com o erro. O bom senso sussurra que atitudes como essas, isto é, perdoar e desculpar sem limites, incita o outro à prática do mesmo ato reprovável. Isto não é amor, mas, subserviência ou omissão.

Perdoar coisas leves contra nós mesmos é relativamente fácil, porém quando se trata de algo mais sério como um assassinato, um estupro, uma infidelidade conjugal por exemplo, a dificuldade de superação da mágoa aumenta consideravelmente. Por isso que a Doutrina Espírita leva refletir, que o perdão será sempre o sentimento que nas superações pessoais transcendem ao próprio ser.

Devemos dar o direito de a pessoa ser agressiva, mas não nos dar o direito de revidar a agressão. A raiva é semelhante a um raio. Pode provocar danos graves. É inesperada. Mas o rancor é calculado. É necessário que aprendamos a colocar um pára-raios e evitemos os tóxicos deste sentimento negativo. No entanto, esquecer ofensa depende da nossa memória. Muita coisa queremos esquecer e simplesmente não esquecemos. Sentimos o impacto e não temos como evitar a raiva, é fisiológico, reagimos no momento. Mas conservar a mágoa é da minha vontade. Se eu conservar a mágoa tenho um transtorno psicológico, sou masoquista, gosto de sofrer. Como seres emocionais sentimos o impacto da agressão, mas não devemos nos revoltarmos, e trabalhemos para esquecer. (1) ....CONTINUA....
Jorge Hessen
FONTES:
1- Jornal Verdade e Luz Nº 170 - Março/2000
2- (Mateus, 5: 43 e 44)
3- FRANCO, Divaldo Pereira. Nas fronteiras da loucura, Ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Salvador: LEAL, 1982.
4- KARDEC, Allan - O Evangelho segundo o Espiritismo - Perdoai para que Deus vos perdoe, Cap. X. Edição EME
5- (MATEUS, cap. VIII, vv. 15-22.)
6- Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmnauel, RJ: Ed FEB, 2001, questão 340
7- Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 1999, Cap. X
8- (MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)

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